Livro Este Aparelho Deve Ser Instalado Por Pessoas Competentes: Primeiro Manual

Além de dever ser instalado por pessoas competentes, este aparelho é um livro de alta tecnologia ficcional. Tendo por base diálogos de duas personagens que se desdobram e multiplicam nas mais diversas, este livro revela personagens recriadas em múltiplos microcontos, abordando variadas temáticas das relações sociais e amorosas do século XXI através do humor, da ironia e da sátira.    Utilizando o formato de microconto, o autor Filipe Faro da Costa recria constantemente a personagem central, ela própria sempre em constante mutação num arquétipo de anti-herói, colocando-a em diálogos com outras personagens que encontra sem contexto, assim como um dia-a-dia, e fazendo-a partir à descoberta de uma possível potencial companheira que por um motivo ou outro se torna impossível de conquistar.

Encontramos o pinga-amor em diferentes circunstâncias, por vezes ouvindo conselhos amigos, outra vezes confrontado com o desdém alheio, mas sempre com humor e profunda sátira social, arrojadamente criticando a inércia intelectual da atual sociedade, bem como colocando em causa o sexismo de ambos os géneros dando azo aos mais diversos contrastes.

A intertextualidade é uma das ferramentas literárias utilizadas ao longo do livro, revelando as referências do autor e a sua busca por um determinado público-alvo pouco alheio à música e à literatura.      Um livro que pretende ser divertido e provocador que dificilmente deixa o leitor indiferente enquanto o confronta com os mais distintos intervalos de contexto do realismo social, um livro de ficção sério candidato a ser um dos melhores livros, mais vendidos e mais lidos de 2018 e 2019.

Um livro que, mesmo assim, nem toda a gente devia ler.      Segundo o autor, "Este Aparelho Deve Ser Instalado Por Pessoas Competentes" não é um livro de auto-ajuda, mas sim um contributo para a literatura intervencionista portuguesa na linha do que o autor tem já vindo a publicar, a exemplo de: "As Meias do Poeta Victor Nuno de Menezes", o seu mote NeoVagonista sucessor do NeoExperimentalismo que decifrou em "O Livro de Poemas de Fruto Proibido do Doutor Armando do Sal".