Molloy, que, junto com Malone morre e O inominável, compõe a “trilogia do pós-guerra”, marca a estreia de Samuel Beckett como escritor em língua francesa. Escrito no início da década de 1950, mesma época em que o autor escreveu Esperando Godot, foi de certo modo eclipsado pelo imenso sucesso da peça, mas certamente está entre os romances do século XX que continuam atraindo a investigação da crítica mais exigente, e o próprio Beckett costumava pôr seus textos ficcionais num patamar mais alto.
Definido por Georges Bataille, em resenha sobre Molloy, como “maravilhoso sórdido”, Beckett apresenta ao leitor aquele que quase poderíamos chamar de seu personagem padrão: Molloy, mais que um “vagabundo”, é um miserável, um resto humano desolado com a perda de tudo.
Ao forjar seu narrador na matéria do abandono, da falta de perspectiva e da miséria, Beckett consegue o incrível feito de buscar o sublime pelo despojamento, de questionar metafisicamente o mundo a partir do reconhecimento do seu vazio e de seu sem sentido.
É do ponto zero, onde narrar se torna impossível, que Samuel Beckett escreve. Em plena falência da linguagem, em meio aos entulhos e destroços, Molloy, o personagem-narrador, luta, ainda assim, para contar sua história.
Com tradução e apresentação de Ana Helena Souza, Molloy é narrado em primeira pessoa – ou, como definia o autor, pelo “narrador-narrado” – o livro traz a voz de dois personagens: Molloy, na primeira parte, e Moran, na segunda.
Molloy está no velho quarto de sua mãe e não sabe como chegou lá, e toda sua viagem será a reconstrução desse caminho, por cenas absurdas e doloridas, de fina ironia.
Moran, na perseguição de Molloy, vive um desmoronamento pessoal ao percorrer um trajeto em direção à difícil busca da memória e das experiências que constituíram seu próprio eu. Miseráveis sem rumo e sem futuro, os personagens de Beckett repetem as perguntas existenciais clássicas, e têm como resposta o mesmo eco do vazio.
Entretanto, no respiro de tamanho pessimismo, é inevitável certo efeito cômico: seus heróis tortos encenam pantomimas patéticas, e riem grosseiramente das próprias dores, retratando, afinal, a dimensão cômica implacável de uma existência sem sentido.
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Autor(es) | |
Editora | Biblioteca Azul |
Idioma | Português |
ISBN | 8525057169 9788525057167 |
Formato | Capa comum |
Páginas | 180 |
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