Livro Musica Ficta. Figuras de Wagner

“Musica Ficta (Figuras de Wagner)” trata, criticamente, o alcance estético-político do wagnerismo, no espaço e no tempo, desde o seu triunfo na Europa – especialmente em Paris –, nos anos de 1860-80, até a sua consolidação, na Alemanha dos anos 1930, nos termos do que o autor já chamara anteriormente, em outros livros, de “nacional-estetismo”.

Este volume se reparte, assim, em dois tempos, cada um deles com duas “cenas”, em que a “questão da música” em Wagner é formulada e discutida a partir destes seus incontornáveis contrapontos modernos que são a literatura (a poesia e o teatro, especialmente) e a filosofia (a estética, a política, bem entendido, mas também o mito e a religião).

Baudelaire e Mallarmé, poetas franceses, de um lado, Heidegger (com Nietzsche) e Adorno, filósofos alemães, de outro. É com eles, com a complexa e mais ou menos ambivalente relação que cada um deles constrói com a música do mestre de Bayreuth, que Lacoue-Labarthe se insurge, de certa forma, contra ele – ou ao menos contra as “figuras” que sua obra serve, ou sacraliza.