Livro O Império das Primeiras Letras

Manuais, cartilhas, compêndios, cartas, cartapácios, lições e seletas; catecismos, livrinhos de oração e manuais de confessores; gramáticas, dicionários, vocabulários, almanaques e enciclopédias; manuscritos, coleções de charadas, fábulas, versos, poesias, cantos, contos e romances; mapas, atlas, guias e exercícios; cursos, cadernos, leituras, alfabetos e ornamentos; métodos, sistemas, resumos, coleções, opúsculos, regras e instruções; memórias, histórias, princípios, doutrinas, enciclopédias, periódicos e tratados; discursos, diálogos, descrições e repertórios; regulamentos, traduções e recreações...

Ao estudar a história dos livros escolares para alfabetização no âmbito mais geral da história do livro e da cultura escolar no Brasil Império, o pesquisador se depara com esta variada e aparentemente incoerente lista de gêneros textuais que desfilam nos catálogos de referência quando o assunto é o estudo dos recursos empregados na mobilização daqueles equipamentos intelectuais de base da cultura escrita, isto é, das capacidades de ler, mas também escrever (mais tarde redigir) ou calcular por escrito.

Essas referências - espécie de fomento da escola do ler, escrever e contar - dão contorno à lógica das práticas de escolarização da leitura, da escrita e das operações básicas da matemática e, ao mesmo tempo, da produção de livros ou manuais didáticos e constituem-se, portanto, um dos principais caminhos para o conhecimento das antigas práticas de leitura e escrita.