Dez geógrafos discutem temas que vão das indústrias às florestas, da desigualdade social à produção de alimentos, mapeando as transformações socioespaciais do Brasil contemporâneo Depois que historiadores, economistas, sociólogos e cientistas políticos se debruçaram sobre a realidade brasileira contemporânea, é a vez dos geógrafos nos dizerem o que está acontecendo, nas últimas décadas, com o socioespaço brasileiro.
Para isso, Edu Silvestre de Albuquerque organizou o livro Que país é este?, reunindo dez especialistas que respondem a um conjunto de perguntas amplas e variadas, fornecendo indicações substanciais sobre o quadro geral do país.
A tarefa não é simples, pois pretende articular a dinâmica social e política do Brasil com transformações no modo de organização do espaço geográfico, o que remete a problemas tanto internos - como os das especificidades regionais -, quanto externos - como o das relações do Brasil com outras nações (particularmente da América Latina) e os interesses do capital internacional.
O livro foi dividido em 4 seções. A primeira trata da Geografia econômica. Leila Cristina Dias responde "por que os bancos são o melhor negócio do país". Analisando com minúcia o desenvolvimento dos bancos brasileiros de 1950 até hoje através da geografia das redes financeiras e bancárias, verifica como eles se fortaleceram com os sucessivos processos inflacionários.
Luiz Diniz Filho escreve sobre os rumos da nossa industrialização, indicando sua nova geografia no país, com o processo de desconcentração da indústria concomitante com o aumento da heterogeneidade regional.
A segunda, Sociedade e território, responde a três problemas cruciais: "Clima de guerra civil?", é o que investiga Marcelo Lopes de Souza, criando o neologismo "fobópole" para abordar o medo crescente da população urbana, as formas atuais de segregação e interpenetração dos grupos sociais no espaço de moradia e consumo e avaliar a atual cidade fragmentada.
Verticalizando a análise social, María Laura Silveira responde à pergunta de "por que há tantas desigualdades sociais no Brasil", enfocando tanto o processo de constituição das desigualdades regionais quanto o aumento, nas últimas décadas, do volume da renda, cuja distribuição social e territorial piorou.
Concluindo essa seção, Fausto de Brito e José Alberto M. de Carvalho respondem se "somos um país de jovens", desfazendo o mito da explosão demográfica e indicando como o Brasil vai rapidamente em direção a uma pirâmide com grande proporção de população de idosos.
Na terceira seção, Geopolítica, Edu Silvestre de Albuquerque discute se "o Brasil lidera a América Latina", privilegiando o conteúdo autoritário das aspirações hegemônicas nacionais sobre o subcontinente sul-americano, disfarçadas pelo discurso da integração e da solidariedade continentais.
Bertha Becker responde "por que não perderemos a soberania sobre a Amazônia", investigando em profundidade a interação entre as pressões preservacionistas externas e as condições internas do país, e fazendo um balanço crítico das idéias de desenvolvimento e preservação.
Ricardo Castillo avalia se "exportar alimentos é a saída para o Brasil". Através do exemplo da soja, conclui que a exportação de alimentos não pode ser uma saída para o país, principalmente se isso significa produção e exportação de commodities.
Na última seção, Políticas públicas e meio ambiente, Dirce Maria Antunes Suertegaray investiga "se as florestas vão desaparecer", utilizando um conceito ampliado de paisagem e mapeando a diversidade nacional: florestas, caatinga, cerrado, pradarias e outras.
Pedro Viana encerra o volume com a singular pergunta: "A água vai acabar?", já que no Brasil se encontra o maior volume de águas disponíveis no planeta. O seu controle e posse tornam-se problemas geopolíticos e ambientais de grande alcance.
Destaca-se, ainda, o Prefácio do economista Carlos Lessa, que traz contribuição bem importante para a obra, precisamente porque é sua primeira leitura crítica, fazendo avançar, em alguns pontos, aspectos tematizados pelos autores, ou fornecendo trajetórias alternativas de leitura para os problemas abordados.
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Autor(es) | |
Editora | GLOBO |
Idioma | Português |
ISBN | 8525040592 9788525040596 |
Formato | Capa comum |
Páginas | 376 |
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