Tigres no espelho e outros textos da revista New Yorker reúne em livro o trabalho do crítico literário George Steiner, que, entre 1967 e 1997, escreveu mais de 130 artigos para a revista The New Yorker.
Textos que analisam os clássicos como Shakespeare, Tolstoi, Dante, entre outros, mas também resenhas que estabeleceram um contato dinâmico e sempre fértil com o novo. Não se admira que os artigos de Steiner pareçam um guia ideal para inúmeros assuntos, da história do xadrez à importância de George Orwell.
Divido em quatro partes – História e política; Escritores e política; Pensadores e Estudos ao vivo –, a publicação traz textos sobre Graham Greene, Jorge Luis Borges, Claude Lévi-Strauss, Elias Canetti, Noam Chomsky e Samuel Beckett, entre outros.
Leitor extraordinariamente culto, Steiner sente-se à vontade para discorrer sobre Platão e Heidegger tanto quanto sobre Fernando Pessoa e Alexandre Soljenítsin. É sabidamente difícil sustentar que uma crítica escrita para uma revista semanal ou mensal pode ter uma vitalidade que resista ao tempo.
Este livro com os ensaios de Steiner, com introdução de Robert Boyers e traduzido por Denise Bottman, é a prova de que é possível. Trecho [...] A virada se deu em 1961.
Beckett e Borges foram agraciados com o Prêmio Formentor. Um ano depois, saíram em inglês Labyrinths e Ficções de Borges. Veio uma enxurrada de homenagens. O governo italiano concedeu a Borges o título de Commendatore.
Por sugestão de Malraux, De Gaulle conferiu ao ilustre colega de letras e mestre dos mitos a comenda da Ordre des Lettres et des Arts. A súbita celebridade se viu dando conferências em Madri, Paris, Genebra, Londres, Oxford, Edimburgo, Harvard, Texas.
“Numa velhice adiantada”, brinca Borges, “comecei a ver que havia muita gente interessada em meu trabalho em todo o mundo. Parece estranho: muitos escritos meus têm sido publicados em inglês, sueco, francês, italiano, alemão, português, algumas línguas eslavas, dinamarquês.
E é sempre uma grande surpresa para mim, pois lembro que publiquei um livro – deve ter sido em 1932, creio eu – e no fim do ano descobri que tinham sido vendidos nada menos que 37 exemplares!” Uma escassez que tinha suas compensações: “Aquelas pessoas são reais, quero dizer, cada um tem um rosto, uma família, mora numa determinada rua.
Ora, se você vende, digamos, 2 mil exemplares, é a mesma coisa que não vender nada, porque 2 mil é demais – quero dizer, para a imaginação captar. [...] Talvez dezessete fosse melhor ou mesmo sete”.
Cada número desses tem um papel simbólico, e o mesmo ocorre nas fábulas de Borges com as séries cabalísticas decrescentes. [...] Hoje, os 37 secretos criaram toda uma indústria. Proliferam análises, críticas, entrevistas, memórias, números especiais de revistas, edições.
A compilação biográfica, exegética e bibliográfica de 520 páginas sobre Borges, lançada em Paris pela L’Herne em 1964, já está desatualizada. Há uma densa produção de teses: sobre “Borges e Beowulf”, sobre “A influência do faroeste no andamento narrativo do último Borges”, sobre “O enigmático interesse de Borges por West Side Story” (“assisti muitas vezes a ele”), sobre “As verdadeiras origens das palavras Tlön e Uqbar nos contos de Borges”, sobre “Borges e o Zohar”.
Há finais de semana sobre Borges em Austin, seminários em Widener, um grande simpósio na Universidade de Oklahoma, com a presença de Borges em pessoa, assistindo à canonização culta de seu outro eu – ou, como diz ele, Borges y yo.
Está sendo criada uma revista de estudos borgianos. O primeiro número vai abordar a função do espelho e do labirinto na arte de Borges, e os tigres de sonhos que estão atrás do espelho ou, melhor, em seu silencioso labirinto de cristal.
Com o circo acadêmico vieram as imitações. O estilo de Borges tem sido amplamente copiado. Há fascinantes torneios de frases que muitos escritores, e mesmo estudantes de graduação com bom ouvido, conseguem reproduzir: a deflexão autoirônica no tom de Borges, as especulações fantasiosas sobre as referências históricas e literárias que salpicam a narrativa, a alternância entre a asserção despojada e direta e a evasão sinuosa.
As imagens e símbolos centrais do mundo de Borges entraram em ampla circulação no mundo literário. “Cansei de labirintos, espelhos, tigres e todo esse tipo de coisa. Principalmente quando os outros estão usando.
[...] Esta é a vantagem dos imitadores. Eles nos curam de nossos cacoetes literários. Porque aí pensamos: há tanta gente fazendo esse tipo de coisa agora que não precisamos mais fazer.
Os outros que façam, e bons ventos os levem!”. Mas não é o pseudo-Borges que interessa.
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Autor(es) | |
Editora | Biblioteca Azul |
Idioma | Português |
ISBN | 8525051853 9788525051851 |
Formato | Capa comum |
Páginas | 420 |
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